segunda-feira, agosto 21, 2006

sentidos

00:04, quarta-feira, 1997, 1º de Janeiro, Angra dos Reis, Brasil.

Eu a olhava com muito amor, com toda a paixão que cultivávamos há anos e anos, seu suor escorria pela face e fazia com que seu corpo brilhasse sob a luz da lua, demonstrando todo o esforço corporal feito com o intuito único de se alcançar o prazer pleno. Ela me olhava nos olhos, passando todo o seu sentimento para o fundo da minha alma, que vibrava em outro plano, muito superior àquele em que nos encontramos normalmente.

Nós ouvíamos um ao outro, ofegantes, gemendo de cansaço e prazer. Ouvíamos também os sons da cidade. Os fogos que explodiam, talvez em nossa homenagem. E uma música tocava para que tudo ficasse perfeito, era um cd comprado dias antes, como que sob medida para a ocasião.

O cheiro de nossos corpos espalhava-se por todo o quarto, mas mesmo assim eu podia sentir o aroma doce do vinho que tínhamos bebido momentos antes, e sentia também seu perfume, tão suave quanto as curvas de seu corpo. Um vapor quente e aconchegante tomou conta do ambiente, vindo da banheira que nos aguardava para daqui há alguns minutos.

Quando ela me beijou, senti o sabor de seus lábios misturado ao álcool que nos entorpecia. Beijei seu pescoço e pude sentir o gosto salgado que o amor causa à pele nos momentos cruciais da vida. Mas nem o suor conseguia apagar o gosto vermelho de seu corpo que fazia com que eu viajasse anos luz ao infinito e voltasse no mesmo instante, teletransportando-me ao paraíso a cada segundo.

Eu sentia todo o seu corpo. Sua barriga encostada na minha, seus lindos seios tocando de leve o meu peito, suas pernas enroscadas nas minhas, suas mãos percorriam todo o meu corpo, levando-me à loucura. Eu sentia que nós dois estávamos unidos muito mais do que fisicamente, éramos naquele momento um só ser, unidos perfeitamente, como no momento da criação. Era assim que Ele queria, a união perfeita de dois seres opostos, porém iguais, um necessário ao outro, completando-se, tornando-se divinos. Sentíamos todo o prazer que se pode sentir nessa vida, e explodimos num gozo que ecoou por todo o universo naquele instante, vibrando até hoje, em algum lugar muito longe dali.

Um comentário:

Anônimo disse...

...dream...heaven...happiness...