quinta-feira, agosto 24, 2006

de vez em quando me envergonho de coisas que postei nesse blog

segunda-feira, agosto 21, 2006

sentidos

00:04, quarta-feira, 1997, 1º de Janeiro, Angra dos Reis, Brasil.

Eu a olhava com muito amor, com toda a paixão que cultivávamos há anos e anos, seu suor escorria pela face e fazia com que seu corpo brilhasse sob a luz da lua, demonstrando todo o esforço corporal feito com o intuito único de se alcançar o prazer pleno. Ela me olhava nos olhos, passando todo o seu sentimento para o fundo da minha alma, que vibrava em outro plano, muito superior àquele em que nos encontramos normalmente.

Nós ouvíamos um ao outro, ofegantes, gemendo de cansaço e prazer. Ouvíamos também os sons da cidade. Os fogos que explodiam, talvez em nossa homenagem. E uma música tocava para que tudo ficasse perfeito, era um cd comprado dias antes, como que sob medida para a ocasião.

O cheiro de nossos corpos espalhava-se por todo o quarto, mas mesmo assim eu podia sentir o aroma doce do vinho que tínhamos bebido momentos antes, e sentia também seu perfume, tão suave quanto as curvas de seu corpo. Um vapor quente e aconchegante tomou conta do ambiente, vindo da banheira que nos aguardava para daqui há alguns minutos.

Quando ela me beijou, senti o sabor de seus lábios misturado ao álcool que nos entorpecia. Beijei seu pescoço e pude sentir o gosto salgado que o amor causa à pele nos momentos cruciais da vida. Mas nem o suor conseguia apagar o gosto vermelho de seu corpo que fazia com que eu viajasse anos luz ao infinito e voltasse no mesmo instante, teletransportando-me ao paraíso a cada segundo.

Eu sentia todo o seu corpo. Sua barriga encostada na minha, seus lindos seios tocando de leve o meu peito, suas pernas enroscadas nas minhas, suas mãos percorriam todo o meu corpo, levando-me à loucura. Eu sentia que nós dois estávamos unidos muito mais do que fisicamente, éramos naquele momento um só ser, unidos perfeitamente, como no momento da criação. Era assim que Ele queria, a união perfeita de dois seres opostos, porém iguais, um necessário ao outro, completando-se, tornando-se divinos. Sentíamos todo o prazer que se pode sentir nessa vida, e explodimos num gozo que ecoou por todo o universo naquele instante, vibrando até hoje, em algum lugar muito longe dali.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Sim, agora o terror bate à sua porta, né?
E aí você aparece e diz que tá tudo uma merda, que a bandidagem rola solta, que devemos ter "mão firme" contra o crime organizado.
Interessante.
Eles sempre estiveram lá, acuando o povo, matando, roubando (não tanto quanto vocês, mas releve), e só agora, quando sua ferida é cutucada, quando entram em seu quintal é que você resolve acordar.
Vá à merda você!
Isso não passa de uma defesa de seus interesses pessoais, ninguém é otário, todo mundo sabe.
Quer saber a solução pra essa porcaria em que o mundo se transformou?
Recomeçar.
Não politicamente, mas fisicamente mesmo.
Explode essa merda toda e faz outra nova.
Outra o que? Outra Terra, ora...

segunda-feira, agosto 14, 2006

A violência está cada vez mais presente no nosso cotidiano, dizem os jornais. Mas a verdade é que ela sempre esteve presente, no íntimo de cada um e de formas diferentes. Eu sei a minha forma predileta: As vezes me vem aquele pensamentozinho pré-adolescente, médio-burguês muito do babaca: fugir!

Fugir de uma situação, de uma pessoa desagradável, de um certo dia do mês (ou semana...), fugir de um compromisso importantíssimo e inadiável, fugir de casa. Fugir da vida, em última hipótese. O suicídio sempre me pareceu uma atitude covarde e egoísta, mas sempre me tenta como um último ato de violência contra alguém. Eu mesmo, no caso. Um ato de violência pode parecer muito forte à vocês que lêem, mas é da essência do homem, inevitavelmente. Quem nunca proferiu palavras com a intenção de magoar e fazer mal a uma outra pessoa? Exemplo simples da maldade contida no sangue humano. Então fugir é uma atitude de violência...

O melhor mesmo é continuar encarando os fatos, as pessoas,os dias, os compromissos importantíssimos e inadiáveis de frente, assim como a vida. Para continuar fingindo que somos as criaturas de quem Deus se orgulha muito de ter criado. E por falar nisso: uma hora dessas Ele deve estar bêbado de desgosto, perguntando-se onde foi que estava com a cabeça, quando criou seres tão irracionais e poderosos ao mesmo tempo, para habitar a terra. Coitado.