quarta-feira, julho 04, 2007

terça-feira, março 27, 2007

Há dias ele não atendia mais o celular. Há tempos ele não respondia scraps no orkut e nem entrava no msn. Fazia muito tempo mesmo que ele não ligava pra nenhum familiar, mas eles também não ligavam. Desistiu do emprego, fez compras e se trancou no apartamento.
Não limpava nada, não atendia ninguém, não ligava seu playstation. Não fazia nada.
Cleide veio limpar o apartamento um dia, ele nem antedeu o interfone.
No dia seguinte a polícia veio, pensando que ele estava morto. Abriu a porta e provou que não estava. Eles saíram enjoados com o cheiro de podre que vinha da escuridão do imundo apartamento.
Tinha definhado, estava muito doente e tossia o dia todo. Talvez a culpa fosse dos vinte cigarros diarios, às vezes vinte e cinco, às vezes trinta. Variava.
Passava os dias olhando o espelho com uma resposta na ponta da lingua. Mas a pergunta, que poderia partir de qualquer um dos lados, nunca vinha.
De vez em quando coçava a barriga, de vez em quando cheirava o suvaco, mas sempre se arrependia.
Dormia debaixo da mesa do jantar e usava a banheira como banheiro.
Prometeu nunca mais tocar em ninguém, mas toda vez que se lembrava sentia enjôo e repulsa por si mesmo. O remorso o corroía.

"O ser humano é solitário por natureza. O ser humano é imundo por natureza. Nossos vícios nos dominam. Nossas paranóias se revelam. Nossas taras nos consomem."

Numa manhã nublada de quinta-feira, olhando pro espelho ouviu seu reflexo dizer: "Você não está prestando atenção."
Se jogou do 13º andar depois do 44º dia.






Peço desculpas aos poucos visitantes dessa página pela ausência de periodicidade nas minhas postagens. Peço desculpas também pela falta de educação que é postar um texto desses. Prometo me dedicar um pouco mais ao blog, mas os dias me parecem cada vez mais curtos.
Abraços.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Por que as noites de lua cheia têm essa magia? Esse encanto? As coisas mais simples se tornam as mais lindas muito facilmente...

Encontrei por acaso uma mensagem sua no meu celular. Aquela em que você dizia "... penso em você sempre. Tbm to com mt saudades de vc (...) pena q a gnt ta longe né?"

Ri sozinho.

Conversar com você da primeira vez foi tão difícil pra mim, nunca tinha ficado tímido ao conversar com nenhuma garota, mas com você foi diferente. Nem sei o por quê.

Mas conversei. E falei o que tive vontade. Nós nem nos conheciamos, mas ainda assim você entrou no clima. E isso foi o máximo.

Ficamos até de madrugada na varanda falando bobagens, lembra? E o vinho? Muito bom! Engraçado ninguém ter acordado com a nossa conversa.

Até que você me beijou. "Perfeito", você disse. Fiquei vermelho e sem graça. Mal sabia que você falava do vinho!

No outro dia fui te levar em casa. Sentamos na porta, conversamos um pouco, te beijei e saí. Enquanto eu andava você ainda gritou: "Não se esqueça!". Não me esqueci...

Senti muito a sua falta quando fui praí da última vez. Eu chegando e você saindo...

Passei pela praça e ela não tinha mais aquela árvore da foto. Fiquei meio nostálgico. Mas sei que quando eu for aí de novo vou te encontrar. Isso me anima.

A noite está bem clara aqui, estou ouvindo o disco que você mandou pelo correio no meu aniversário, junto com aquele cartãozinho.

É, noites de lua cheia me fazem sentir sua falta.

Engraçado, aquela também era uma noite de lua cheia. Coincidência?

domingo, dezembro 03, 2006

sábado, dezembro 02, 2006

Fragmentos desfragmentados de pensamentos e sentimentos (e de coração)

Por quê nossa vida nunca está como a gente quer?

As coisas nunca são boas o suficiente, as pessoas nunca te compreendem, ou compreendem demais, os filmes não são tão bons, as músicas não dizem o que você quer ouvir, ninguém mais te chama atenção. Fora aquela pessoa. E ela, claro, não está nem aí pra você...

Externar os sentimentos sempre foi um problema pra mim. Tento estar ótimo todos os dias mas, nunca estou, só finjo. E muita gente acredita. Muita gente pensa que eu tô bem.

Não estou.

As coisas acontecem na hora errada. Sempre.

Mas na verdade tinha que ser assim. Nós não sabemos porra nenhuma, tudo tem sua hora e tudo tem um porquê. Prefiro acreditar que isso seja verdade. Ou não há perspectiva alguma.

Eu penso nas oportunidades que perdi, diversas vezes. Na confiança que eu perdi de inúmeras pessoas, por futilidades. Penso nas chances que eu desperdicei de ser feliz.

Talvez a sede de ser feliz é o que me impede de ser feliz... Sei lá, a cobrança. O ideal deve ser deixar rolar. Deixar acontecer.

Ontem, quando eu olhava toda a cidade lá de cima eu fui feliz. Tudo acontecia no mundo.

Nascimentos, mortes, brigas, beijos, chuva, compras, trabalho, música... E eu lá de cima desligado de tudo isso, em paz, observando a vida acontecer. Naqueles dois minutos eu fui feliz.
Muito. Talvez por estar perto do céu. Ou por estar longe da terra. Tudo o que eu queria aquela hora era não ter peso, poder ser levado pelo vento pelo mundo todo, voar. Ver o mar, sentir o cheiro da paz, ver alguns ovnis, beber alguma coisa.

Aquele bilhetinho ainda estava no meu bolso e eu queria poder te dar um beijo.

Me ocorreu aquele seu olhar. Quando nos vimos pela primeira vez. Eu sabia que a gente ia se apaixonar, que tudo isso ia acontecer. Foi tudo tão perfeito, sua voz, seu jeito, a luz, o som.

Aquele momento passou em câmera lenta. Você não podia, eu não podia, mas ainda assim aconteceu. E foi pra sempre. É pra sempre. Você pode se envolver com quem você quiser, eu posso me envolver com quem eu quiser, mas você é minha e eu sou seu, pra sempre. Não interessa com quem eu esteja, você está comigo. E eu com você.

Lembrei-me de outro momento em que eu fui feliz.

Quando você estava aqui em casa, deitada na minha cama, e nós estávamos conversando. Eu alisava seu cabelo e você fazia carinho em minhas costas. (Suas costas)... A gente ouvia aquele mesmo cd... "Pra sempre", falei. Você: "O quê?".E eu: "Nada, nada. Esquece"... Bastava que eu soubesse... E eu sei.

É, todas as vezes que você deitou na minha cama eu fui feliz.

E todas as vezes que eu saí com você, e que eu conversei com você, e que eu falei com você pelo telefone, e todas as milhares de vezes em que eu vi a apresentação de slides, e quando eu simplesmente pensei em você...

Na verdade eu sou feliz demais, não sei se é sua culpa, ou minha, ou se não há culpa por eu ser feliz.

Só estou triste agora, nem sei por quê... Acho que estou com medo de te perder. Talvez o nosso "pra sempre" não dure pra sempre...

Não queria estar triste, mas estou. Por favor entenda...

terça-feira, setembro 12, 2006

quinta-feira, agosto 24, 2006

de vez em quando me envergonho de coisas que postei nesse blog