quarta-feira, junho 28, 2006

a passagem é só de ida. desconecte-se sem querer voltar. conecte-se sem medo de ficar.

terça-feira, junho 27, 2006

Abri a janela às 18:12. Ela estava lá fora, exatamente onde eu esperava. Impressionante!
Aquele sorriso brilhava como eu nunca havia visto antes e, mesmo no escuro, eu via toda a sua silhueta, todos seu detalhes, seu relevo, eu até podia vê-la por dentro. Aquele velho sentimento voltou. Como da primeira vez que a vi.
Na verdade não me lembro qual foi a primeira vez, mas sei de quando me dei conta dela, eu era bem novo, sei disso. Mas quem disse que há idade pra se sentir essas coisas?
Todos que a rodiavam naquele momento pareciam não passar de pequenos pontos luminosos, se é que não o eram mesmo. As luzes da cidade, já acesas àquela hora, serviam de cenário pra cena. Todo o universo conspirava pra que aquele momento fosse inesquecível. Mas talvez em cinco minutos eu poderia esquecer tudo, se eu estivesse lá, e não na janela.
Mas era impossível. Se era!
Entretanto, nossos sonhos são controlados por anjos loucos que dizem que tudo é possível. Então eu sonhava.
A música dizia naquele exato momento: "I wish you were here..."
Mistérios que não sabemos explicar, logo aquela música, naquele momento...
Você aqui é tão impossível quanto eu aí, falei pra ela apenas com os olhos, e eu sei que ela entendeu. E se não entendeu, o que importa é eu pensar que entendeu.
Continuei a admirá-la até que ela desapareceu entre os prédios.
Sempre fui apaixonado pela lua...

sexta-feira, junho 02, 2006

40 graus de febre. Meus olhos estão ardendo e essa dor de garganta está pra me matar. Entro no banho gelado. 38,5. Não melhorou muito. Que merda! Mas o pior de tudo não é isso.

Essa dor que aperta o peito é muito forte. Muito mais forte que qualquer dor física, e olha que eu já senti muitas dores carnais nessa vida. Esse choro preso aqui dentro, essa vontade de gritar, desabafar, isso machuca a alma.

Meu orgulho me impede de chorar. Machismo, talvez.

Na verdade eu devo estar precisando de um baseado, para aliviar a pressão do dia-a-dia, essa correria, esse maldito relógio. Mas toda vez que eu me drogo é a mesma coisa, na hora tudo some, tudo é belo, o barulho urbano entra nos meus ouvidos como se fosse música. Tudo é leve. Mas quando acaba a viagem, o peso volta ainda maior, a cabeça parece que não vai agüentar, e pode explodir a qualquer momento, jogando meus inúteis miolos por toda a sala. A empregada teria um trabalhão para limpar essa sujeira, imagine!

Talvez eu deva por em prática aquele velho plano. Jogar algumas coisas na mochila, passar na casa da minha garota, e ir viajar. Sem destino, inicialmente. Depois a gente via o que fazer. O litoral me parece um bom lugar.

Quer saber? Chega de loucuras. Vou jogar fora esse resto de uísque, apagar esse cigarro e ver se consigo dar uma estudada ainda hoje. Estou mesmo necessitando disso.



Acho que minha febre está muito alta, e eu tô delirando. Por isso saiu esse texto.
sejam compreensivos.