segunda-feira, maio 08, 2006

Só mais um domingo

Eu tava cansado de tudo aquilo...

Toda aquela gente, seus problemas, suas histórias, seus amores mal-resolvidos. E pra mim nada, nem uma ligação, nem uma preocupação, ninguém se importava, ninguém nunca se importa mesmo.

Mas eu queria que se importassem, que perguntassem, que ligassem. É, eu estava realmente muito solitário. E aquele sentimento só crescia dentro de mim, como uma bolha, que ia tomando conta de tudo.

Talvez eu estivesse cansado, havia trabalhado muito naquela semana. E domingo sempre batia uma “deprê”, mesmo.

Já estou me enganando de novo, é claro que eu não estava sentindo aquela solidão comum, eu estava muito pior, muito acabado.

Acho que aquilo era fruto da distância. Sim, a distância. Ela sempre era a culpada pelas bobagens cometidas, pelas palavras faladas sem pensar, pelos gritos inconseqüentes com aquelas pessoas que não tinham nada a ver com meus problemas.

Àquela altura eu não sabia mais se era dia ou era noite. O tempo passava de forma muito relativa. O rádio já não dava mais noticias, a televisão já não falava algo de útil (se é que ela já o fez), a internet nem para as futilidades me servia mais.

Foi quando eu me dei conta que estava ao telefone, não sabia se ele tinha tocado ou se eu havia ligado, mas isso não era importante. O fato é que eu estava no telefone, e ela também, do outro lado da linha. Eu não sabia se era sua voz de verdade, ou se eu imaginava tudo aquilo. E então ela ordenou que eu desligasse, e que não ligasse nunca mais. Era o fim. No fundo no fundo eu sabia que ele estava próximo, mas não poderia prever que seria tão próximo assim.

Agora sim eu estava no fundo do poço. E ele não era nada agradável se quer saber.

Se alguém me perguntasse o que acontece quando a gente morre, eu usaria aquele momento como exemplo. Era o nada, não havia luz, não havia sentimento, não havia som, não havia dor. Era somente o nada.

Não sei quantas horas se passaram até a campainha tocar, mas quando ela tocou senti uma esperança de que fosse ela, arrependida de tudo que me disse, dizendo que queria voltar a ser minha e que ela estava tão confusa quanto eu. Mas não era ela. “Melhor assim”, pensei. “Não vou ter que presenciar ela cortando as unhas dos pés outra vez”. Aquilo definitivamente me fazia muito mal...

Quem havia tocado a campainha era meu vizinho, ele veio me convidar para uma festinha na casa dele. Havia algumas mulheres e muitas bebidas. Era exatamente do que eu precisava. Embriaguei-me, dancei um pouco, conversei bastante e ainda encontrei uma garota disposta a transar mais tarde.

Finalmente tudo voltava ao normal.

7 comentários:

Anônimo disse...

eita!!!! =O
valeu carcaça,rs!!
ce sabe q o importante é o q ta implicito..
a carcaça existe mas o interior tbm!!!
akele abraço =P

Anônimo disse...

cara..
nem preciso dizer mais nada neh?
adorei..
surpreendente..
tem o dom hein menino??
valeu..

Anônimo disse...

quero mais textos..
quer dizer.. acho q tds nós..
sou sua fã!!!
beijo de uma amiga "apaixonada" pelas palavras ditas.. sentimentos expressados..de uma forma peculiar..

Anônimo disse...

aah noivo lindo :P~
você escreve bem demais demais!
eu tentei comentar aqui antes mas não podia porque não tinha blog..
curti a história, bem a sua cara mesmo rsrs
te amo muito!

Anônimo disse...

evandroooo!!!
rapaz.. vc escreve muito bem!!! ótimo texto!!!
comentando o que chu disse... também rola essas "paradas loucas" comigo quando estou depre... normal isso...
escreva mais e mais e mais!!!!
os fãs esperam com ansiedade!!!!
beijooooo

Anônimo disse...

Ahammmmmmmmm!
Antes tarde que nunca!!!
Quando vim comentar precisava de senha =p
Então...pow, jah te disse qui esse texto tah sem condiçoes de legal neh?!
E o interessante eh que a gente fica tentando desvendar ate onde o texto é ficcção, ate onde e realidade, mas o que interessa é que eh cotidiano e surpreendente ao mesmo tempo.
Vah em frente garotooooooooooo!
=******

Anônimo disse...

Drogmaaaa
ta mto luxo os textos meu vei!
Tá brotando o talento heim?!rsrsrs
abração man
bjo
=]